DOCUMENTOS HISTÓRICOS
  :::Coleção Guiherme de Melo:

Guilherme Theodoro Pereira de Mello nasceu em Salvador (BA) em 26 de junho de 1867 e faleceu no Rio de Janeiro em 4 de maio de 1932. Em 1928, assumiu o posto de bibliotecário interino do Instituto Nacional de Música, sendo efetivado no ano seguinte. Foi o autor da primeira história da música brasileira, intitulada A Música no Brasil e publicada em Salvador no ano de 1908. Em 1947 a obra, por sua importância histórica e pioneirismo, foi corrigida e prefaciada por Luiz Heitor Corrêa de Azevedo, tendo sido reeditada pela Escola Nacional de Música.
A Coleção Guilherme de Mello foi reunida e doada a biblioteca por seu proprietário, sendo composta por modinhas, lundus e música de salão do século XIX, manuscritas e impressas. Estão presentes na coleção peças de autores consagrados como Gabriel Fernandes da Trindade, Xisto Bahia e Carlos Gomes, assim como uma série de outras de autores anônimos que retratam a diversidade da música popular brasileira da época.


:::Coleção Padre José Maurício Nunes Garcia:

Nasceu e faleceu no Rio de Janeiro (1767-1830), onde sempre viveu. É considerado o maior compositor não europeu de sua época. Seguiu a carreira eclesiástica somente para ter acesso aos estudos e à cultura, chegando a ser titulado “orador sacro”. Foi Mestre de Capela da Sé do Rio de Janeiro. Com a chegada da Corte portuguesa foi nomeado Mestre da Capela Real de D. João VI. Sempre informado acerca das criações musicais européias da época, regeu a primeira audição no Brasil do “Requiem” de Mozart e de “A Criação” de Haydn. O compositor austríaco Sigismund Neukomm, que viveu no Brasil entre 1816 e 1821, além de admirar José Maurício como compositor, considerava-o entre os maiores improvisadores que conhecera. A maioria de suas obras é religiosa, para vozes solistas ou coro com orquestra ou órgão e ainda com outros instrumentos. Existem também três aberturas para orquestra e poucas obras não religiosas para vozes e orquestra. Muitas se perderam. Restam, no entanto, praticamente duas centenas de composições. Escreveu também modinhas e um “Método de Pianoforte”. Sua obra mais antiga é a Antífona “Tota Pulchra”, que compôs com dezesseis anos, em 1783. Destacam-se ainda as “Matinas de Natal” (1799), “Matinas de Nossa Senhora do Carmo”, “Te Deum” em Lá maior (1809) e Ré maior (1811), “Responsórios Fúnebres”, “Missa de Nossa Senhora da Conceição” (1810), “Missa Pastoril para a Noite de Natal” (1811), o “Oficio de Defuntos” e o “Réquiem”, compostos em 1816 para os funerais da Rainha D. Maria I, e a “Missa de Santa Cecília”, sua última obra, de 1826. Faleceu em 1830.
A coleção de obras do Padre José Maurício Nunes Garcia é composta por manuscritos autógrafos e cópias manuscritas de diferentes procedências, reunidos ao longo do século XIX por Bento das Mercês, músico e copista de Capela Imperial do Rio de Janeiro. Em 1897, a coleção foi comprada pelo governo brasileiro e encaminhada para a biblioteca do Instituto Nacional de Música.

:::Coleção de Autógrafos:

A Biblioteca Alberto Nepomuceno possui uma vasta coleção de autógrafos de alguns dos mais importantes compositores de todos os tempos. São cartas, postais, bilhetes e cartões de visitas que foram sendo incorporados ao acervo ao longo dos anos através de doações de professores e colecionadores. Entre os documentos de maior destaque estão cartas e bilhetes dos compositores Gioachino Rossini (1792-1868), Johannes Brahms (1833-1897), Franz Liszt (1811-1886), Giacomo Meyerbeer (1791-1864), Edvard Grieg (1843-1907) e Camile Saint-Saens (1835-1921). Entre os compositores brasileiros se destacam Carlos Gomes (1836-1896), Leopoldo Miguez (1850-1902), Alberto Nepomuceno (1864-1920) e Alexandre Levy (1864- 1892). Na mesma coleção encontra-se o livro de autógrafos onde os grandes músicos e compositores do final do século XIX e início do XX deixaram registradas mensagens após visita ao Instituto Nacional de Música. Lá estão as mensagens e assinaturas de, entre outros, Ottorino Respighi (1879-1936), José Viana da Mota (1868-1948) e Ignacy Paderewski (1860-1941).